Maioria reprova financiamento de R$ 2,5 milh?es
Projeto encaminhado pelo Executivo foi apreciado na sess?o desta segunda-feira (15) pelos vereadores
Por oito votos contrários e quatro favoráveis, os vereadores reprovaram na sess?o desta segunda-feira (15), o projeto de lei 109/2019, que previa abertura de crédito para a prefeitura municipal de Candelária junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), no valor de R$ 2,5 milh?es. Segundo a prefeitura, o valor seria aplicado na finalizaç?o da pavimentaç?o da Rua Intendente Albino Lenz com a construç?o de uma galeria sobre o Arroio Molha Pequeno, bem como de alguns trechos da Rua Nove de Maio e Rua 22 de Abril.
O projeto estava na Casa desde dezembro e só foi votado após inúmeros questionamentos das comiss?es da Câmara, por se tratar de um investimento alto e com período grande de pagamento. A maioria dos vereadores se manifestaram contrário ao financiamento pelo momento de incerteza econômica que o município, assim como todo o país vive por conta da pandemia e também pela estiagem que afetou a produç?o agrícola. Foram favoráveis apenas quatro vereadores.
Contrário ao projeto, o vereador Marco Antônio Larger (Progressistas) justificou que o município se encontra em dificuldades e n?o seria o momento de realizar uma despesa t?o alta, sendo que quase a metade do valor seria para construç?o de uma galeria. “N?o sou contrário ? obra, pois ela será feita no futuro. Com certeza, irei buscar junto ao meu deputado, assim como outros vereadores, valores para que o município n?o arque com essa despesa t?o alta como a de uma galeria”, comentou.
Jorge Willian Feistler (PTB) também justificou voto contrário ? proposta sendo que a prefeitura n?o encaminhou o projeto da obra e, segundo ele, foram várias reuni?es nas comiss?es para análise da proposta e as informaç?es solicitadas n?o foram completas. “Nós n?o podemos assinar esse cheque em branco ao prefeito. S?o tr?s gest?es para pagar uma conta que n?o se tem nem projeto. Já aprovamos R$ 5 milh?es para a Intendente Albino Lenz”, ressaltou.
O vereador Celso Gehres (Progressistas) também justificou seu voto contrário como uma medida de cautela. “Hoje a gente v? que o nosso comércio está sentindo. Ano que vem veremos que a municipalidade irá sentir. Temos que trabalhar com previsibilidade”, ressaltou. Segundo o vereador, uma galeria de R$ 1 milh?o é um valor muito alto. “Voto contrário neste momento, mas me comprometo, assim como o colega Tonho, a buscar investimentos para a pavimentaç?o”, comentou.
Quem também votou contrário foi a vereadora Lurdes Ellwanger (PTB). Segundo ela, n?o existe transpar?ncia no projeto. “Foi solicitado mais explicaç?es, mas n?o conseguiram passar para gente o que precisaria”, comentou. A vereadora ainda citou que o prefeito já sinalizou uma queda na arrecadaç?o do município e existem muitas obras com problemas. “Candelária tem muita obra iniciada e n?o concluída e muitas obras a toque de caixa que foram feitas com grandes problemas”, afirmou.
O vereador Daniel Bernardy (PDT) votou contrário pelo momento que o município está passando com a pandemia e a estiagem. “Nós vivemos a maior estiagem dos últimos 100 anos e a previs?o é de nova estiagem para a primavera. Ent?o, n?o podemos endividar ainda mais o município”, justificou. Segundo ele, quando houve um manifesto na ERS-410 pelas más condiç?es, o vice-prefeito Nestor Ellwanger disse que o município n?o teria condiç?es de fazer uma patrolagem na rodovia.
A vereadora Jaira Diehl (PTB) também foi contrária ? proposta e justificou que o município está em queda de arrecadaç?o. Além disso, a vereadora disse que o prefeito n?o tinha consci?ncia quando assinou o projeto. “Ele nem sabe o que está dando em garantia para o empréstimo, e ainda existe uma taxa de juros de 5,5%. Isso é muito dinheiro num montante de R$ 2,5 milh?es”, revelou. A vereadora também se referiu a ponte que a prefeitura construiu na localidade de Palmital com m?o-de-obra própria e disse que poderia ser buscado valor para construç?o de uma galeria ou ponte na Intendente e a mesma ser construída pela municipalidade.
Aldomir Severo (PTB) também votou contrário e questionou porque a prefeitura n?o incluiu o restante da obra no primeiro financiamento aprovado pelos vereadores. Segundo ele, o valor total da obra seria bem menor. O vereador também duvidou sobre o valor orçado. “Foi feita uma ponte na localidade do Palmital por R$ 165 mil, está sendo feito um ginásio de esportes na Picada Roos pelo valor de R$ 290 mil. Uma galeria custaria o valor de dois ginásios e duas pontes?” questionou o vereador. Ilceu Pohlmann (PTB) também votou contra o projeto.
Apenas os vereadores que hoje comp?em a base do governo, Sandra Gewehr (PSB), Rui Beise (PSB), Rodrigo Freire (PSB) e Cristiano Becker (MDB) votaram a favor do projeto. O vereador Rui Beise (PSB) se disse favorável ao financiamento por entender que a municipalidade tinha interesse de tentar buscar recursos para realizaç?o da obra t?o requisitada pelos moradores. “Entendo que neste momento, mesmo que aprovado, n?o sei se o banco teria interesse em fazer o financiamento ao município, mesmo assim sou favorável”, destacou.
Cristiano Bekcer (MDB) também votou favorável ao projeto e justificou a necessidade da finalizaç?o da pavimentaç?o da rua, pois segundo ele vai melhorar a infraestrutura e também oferecer maior segurança para quem acessa o município da ERS-400 e da Linha Curitiba. Sobre o financiamento e o valor da galeria, o vereador justificou que há prazo longo para pagamento e car?ncia de 24 meses. “A prefeitura gasta com 140 CCs e FGs, ent?o R$ 1 milh?o é dois, tr?s meses de salários”, afirmou o vereador.
Texto e foto: Matheus Haetinger/AI Câmara